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Justiça decreta falência da Grow, dona de patinetes elétricas e bicicletas da Faria Lima

Empresa não cumpriu plano de recuperação judicial, aprovado em 2021

A Justiça de São Paulo decretou a falência da Grow, empresa responsável pelas bicicletas e patinetes elétricas Yellow e Grin. A decisão foi publicada nesta segunda-feira (6) e encerra o processo de recuperação judicial da companhia.

Na sentença, o juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais, argumenta que a decisão vem diante do descumprimento da empresa em relação ao plano de recuperação judicial.

“As recuperandas afirmaram que, por circunstâncias alheias à sua vontade, não puderam honrar com o cumprimento do plano e que não há expectativas de soerguimento da atividade”, diz o magistrado. A administradora judicial opinou pelo decreto de falência da empresa.

O magistrado também decretou que os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores pagos e ressalvados os atos praticados durante a recuperação judicial. A Grow precisará vender todos seus bens em até 180 dias.

A empresa apresentou pedido de recuperação judicial em julho de 2020 e teve seu plano aprovado pouco mais de um ano depois –a época, a dívida da empresa era de R$ 35 milhões e seria paga com um estoque de patinetes. Cerca de 5.000 veículos, avaliados em R$ 9 milhões, seriam destinados aos credores trabalhistas como garantia do pagamento da dívida.

Quantidade semelhante seria colocada à disposição dos quirografários —como fornecedores, por exemplo— que optarem por ganhar os patinetes ou o valor correspondente, após a venda em leilão. Quem não quisesse o veículo, poderia receber o pagamento em dinheiro em cinco anos.

É incerto se essas ações foram tomadas. A Folha tentou contato com os advogados da empresa, mas não obteve retorno até a publicação deste texto.

A situação financeira da empresa se agravou durante a pandemia de Covid-19. No início de 2020, por exemplo, a empresa deixou de operar em 14 cidades do país e meses depois suspendeu suas operações em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba –únicas cidades que ainda contavam com o serviço. Outras empresas do setor já haviam saído do país, como a Lime.

Ainda nesse período, a empresa teve seu controle acionário vendido para o grupo Mountain Nazca, que também tem ações de empresas como Peixe Urbano e Groupon.

Um dos principais problemas do setor, segundo especialistas, é que as empresas têm custo elevado para manter a frota, o que gera um valor alto para cada viagem e diminui a lucratividade. Além disso, o uso desgasta os veículos em poucos meses.

Fonte: Folha de São Paulo

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