A Americanas apresentou nesta quarta-feira (25) pedido de reconhecimento de processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, conhecido como “Chapter 15”, de acordo com documento judicial.
A Americanas informou que pediu extensão aos Estados Unidos dos efeitos de proteção (notadamente a suspensão de pagamentos a credores) assegurados em seu processo de recuperação judicial no Brasil, o que é o Chapter 15. A companhia reiterou que não entrou com pedido de recuperação naquele país.
Mais cedo nesta quarta-feira, a Americanas enviou a lista com os 7.720 credores oficiais, conforme solicitado pela Justiça do Rio de Janeiro. O número é bem abaixo dos 16 mil que a própria companhia estimava após fazer o pedido de recuperação judicial. Ao todo, a dívida da empresa é de R$ 41,2 bilhões.
Do montante total que a Americanas deve, R$ 64,8 milhões são referentes referente à classe trabalhista, enquanto R$ 41 milhões à classe quirografários e R$ 109,4 milhões à classe de microempresas e empresas de pequeno porte.
A lista detalhada revela que mais da metade da dívida da empresa é com os maiores bancos brasileiros. São mais de R$ 22 bilhões divididos entre apenas nove bancos de um total de R$ 41 bilhões reconhecidos na recuperação judicial.
Recuperação Judicial
A Americanas entrou com um pedido de recuperação judicial, com dívidas de R$ 43 bilhões que envolvem credores financeiros, trabalhistas e fornecedores. A recuperação judicial é uma trégua que a companhia pede à Justiça para não pagar suas dívidas enquanto tenta se recuperar.
A recuperação judicial da Americanas já se torna a quarta maior do país, no ano em que a lei das recuperações judiciais (Lei 11.101), de 2005, completa 18 anos.
A lista segue com folga liderada pela Odebrecht, que, depois do vendaval da Lava Jato sobre seus negócios, chegou à Justiça em 2019 com um dívida de R$ 98,5 bilhões para renegociar.
R$ 20 bilhões
Em fato relevante divulgado na quarta-feira (11), a Americanas comunicou que foram detectadas inconsistências em lançamentos contábeis estimadas em R$ 20 bilhões. Diante disso, o diretor- presidente Sergio Rial e o diretor de Relações com Investidores André Covre, empossados em 2 de janeiro deste ano, comunicaram sua decisão de não permanecer na companhia.
Fonte: CNN Brasil