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Dona dos sucos Sufresh pede recuperação judicial

A Wow Nutrition Indústria e Comércio, dona das marcas de sucos “Sufresh” e de chás “Feel Good”, entrou na Justiça no último dia 15 com pedido de recuperação judicial. A empresa alega ter recorrido à recuperação para “proteger a continuidade das atividades”. Com débitos que somam cerca de R$ 480 milhões, dos quais R$ 89 milhões são dívidas com o governo paulista, a Wow Nutrition teve a emissão de notas fiscais bloqueadas pela secretaria estadual de Fazenda em 1º de junho.

Em comunicado, a companhia informou que, depois de experimentar um crescimento acelerado até 2014, “período em que realizou grandes investimentos para atender uma demanda crescente”, passou a enfrentar dificuldades com o aprofundamento da crise econômica. E cita um levantamento da consultoria Nielsen, que revela ter havido uma queda de 27% nas vendas de néctares de frutas, um dos seus principais segmentos de negócios, apenas em 2016.

No pedido de recuperação apresentado à Justiça, a Wow Nutrition diz que o objeto da reestruturação são os débitos de R$ 392,3 milhões que tem junto a seus fornecedores. As dívidas com o fisco paulista devem ser equacionadas separadamente. O faturamento anual da empresa é de cerca de R$ 400 milhões.

De acordo com a Secretaria de Fazenda paulista, a fábrica da Wow em Caçapava, no interior do estado, atrasava o pagamento de ICMS desde 2014. A Secretaria também investiga se houve crime de sonegação pela empresa, o que pode turbinar o valor da dívida caso haja comprovação.

As dívidas tributárias da empresa foram reveladas após a operação “Doce Alerta”, deflagrada pela Fazenda paulista e que resultou no bloqueio da emissão de notas fiscais da Wow Nutrition. Em 2015, o governo paulista já havia oferecido um “regime especial” para facilitar o pagamento de impostos já atrasados na época. Apesar do risco de bloqueio das notas fiscais, a empresa não aderiu. O primeiro bloqueio de notas ocorreu em março de 2016, mas a Wow obteve uma liminar judicial para continuar funcionando.

A Procuradoria Geral do Estado de São Paulo apelou e conseguiu derrubar a liminar em maio, o que permitiu a suspensão das notas fiscais na semana passada. Na prática, a Wow pode continuar produzindo, mas fica impedida de vender seus produtos. Além da Sufresh e da FeelGod, a empresa é dona das marcas Assugrim e a Doce Menor (ambas de adoçantes), e Caferazzi (bebidas geladas à base de café).

No ramo de sucos para consumo imediato no Brasil, a Wow Nutrition está em terceiro lugar, atrás apenas da Coca Cola, que detém a marca “Del Valle”, e Britvic, proprietária dos produtos “Maguary” e “Dafruta”.

Com faturamento anual de cerca de R$ 400 milhões, a empresa menciona ainda a elevação de custos causada pela alta do dólar e pela quebra de safras de frutas como fatores que afetaram negativamente sua capacidade de geração de caixa. Com cerca de 700 empregados atualmente, a Wow Nutrition já cortou 241 postos de trabalho desde o final de 2016.

A decisão de recorrer à proteção da Justiça também deveu-se a dois pedidos recentes de falência feitos pelas fornecedoras Embanor Embalagens e Farmaplast Indústria de Embalagem Plástica. Em maio, da Gluten Free Alimentos Ltda., também pediu a falência por causa de débitos de R$ 155,2 mil. Em 2016, a empresa havia conseguido renegociar uma quarta ofensiva, feita pela Centrosucar, distribuidora de açúcar.

A Wow Nutrition tem entre seus controladores o Fundo de Investimentos em Participações (FIP) BFT, do banco Votorantim. a holandesa OEP Nutrition, e a holding Bs&C Empreendimentos e Participações.O Tribunal de Justiça de São Paulo informou que a solicitação ainda não havia sido distribuída ao desembargador que decidirá se aceita ou não o pedido de recuperação.

Fonte: O Globo

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