A Justiça aceitou o pedido de recuperação judicial solicitado pelo Guarani. O clube havia ingressado com a ação na última sexta, sinalizando R$ 59,2 milhões em dívidas, e a decisão da juíza Eliane Cássia da Cruz, da 7ª Vara Cível de Campinas, foi publicada nesta terça.
Em sua decisão, a magistrada nomeou um administrador judicial para o processo de recuperação e deu ao clube prazo de 60 dias para apresentação do plano de pagamento aos credores.
Apesar de apontar a necessidade de mais informações por parte do clube a respeito de processos existentes, créditos ou outras documentações, a juíza entendeu que havia legitimidade no pedido bugrino.
Com a medida, estão suspensas, por 180 dias, quaisquer execuções judiciais contra o clube, assim como estão proibidos pelo mesmo período qualquer retenção, arresto, penhora, sequestro ou busca e apreensão sobre bens do Guarani.
A partir do início do processo de recuperação judicial, o clube e seus representantes passam a ter obrigações de fornecimentos de dados e documentos ao administrador judicial.
Ao ingressar com o pedido, o presidente Ricardo Moisés tratou o movimento como necessário para a estruturação e o futuro do Guarani.
– Chegou a hora do clube enfrentar sua dívida, propor uma forma de pagar e encerrar seus débitos e iniciar o pagamento de seus impostos. O equilíbrio, a boa administração e a organização serão as principais jogadas nesta partida que se inicia hoje, perdurará por alguns anos, mas que terá um resultado muito positivo para o futuro. Esta é uma decisão que pensa no Guarani para daqui mais de 10 anos, talvez como há muito não se pensasse”, afirmou, via site oficial, o presidente Ricardo Moisés.
‘Viável’
Ao formular o pedido, o escritório de advocacia que representa o Bugre enalteceu o papel do alviverde no cenário nacional para argumentar que o Guarani, apesar dos períodos de instabilidades vividos na virada do Século XXI, é viável.
– (…) o entendimento de preservação das atividades do devedor economicamente viável e a superação da sua crise econômico-financeira, com o intuito de permitir a manutenção da fonte produtora, do emprego e dos interesses dos credores (…) parece economicamente adequado ao propósito dos clubes de futebol em dificuldades, como o GUARANI FC (…)”, destaca trecho do pedido.
Fonte: GE