A Oi (OIBR3;OIBR4) informou, por meio de fato relevante, nesta segunda-feira (19), que recebeu documento assinado em conjunto por Tim (TIMS3), Vivo (VIVT3) e Claro – compradoras de seus ativos móveis –, pedindo uma redução de R$ 3,2 bilhões do valor total da compra.
Segundo o comunicado, as concorrentes alegam divergências nas informações técnicas sobre os ativos negociados.
As ações ordinárias da Oi operam em queda de 9,43% às 10h45, negociadas a R$ 0,48. Os preferenciais recuam 3,88%, a R$ 0,99.
Na prática, no entanto, a Oi teria de devolver R$ 1,74 bilhão, uma vez que Tim, Vivo e Claro já tinham, antecipadamente, retido parte dos R$ 15,9 bilhões da aquisição.
A Tim alega ter de receber R$ 769 milhões, a Vivo, R$ 587 milhões e a Claro, R$ 383 milhões. Do valor retido, a Tim tem R$ 634,3 milhões, a Vivo, R$ 488,4 milhões, e a Claro, R$ 324,6 milhões.
A Oi, no documento, declarou discordar das alegações do grupo comprador e defendeu que adotará todas as medidas cabíveis em relação à notificação – tendo um prazo de 30 dias úteis para detalhar os motivos da sua discordância.
“A Oi entende que o cálculo do valor do ajuste pós-fechamento apresentado pelas compradoras traz erros procedimentais e técnicos, havendo equívocos na metodologia, nos critérios, nas premissas e na abordagem adotados pelo grupo e pelo seu assessor econômico KPMG”, diz o documento apresentado pela tele.
“Além disso, a notificação das compradoras não observou os termos e condições dos documentos da operação, não apresentando documentos e informações obrigatórios para a notificação de ajuste Pós-Fechamento, como expressamente exigidos nos documentos”, complementa.
A Oi afirma ainda que o grupo de compradoras enviou também uma notificação de indenização, na qual pedem R$ 353,2 milhões, por conta da revisão do inventários móveis – da qual também discorda.
Relembre a venda da Oi Móvel
Vivo, Claro e Tim ganharam direitos aos ativos de telefonia móvel da Oi no final de 2020, em leilão realizado em meio ao processo de recuperação judicial da companhia.
Com o fechamento da negociação, a SPE (sociedade de propósito específico) Cozani foi transferida para a TIM, com destaque para as áreas metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e Campinas. A Jonava, que conta com o estado do Espírito Santo e de Minas Gerais, ficou para a Claro. A Vivo ficou com a Garliava, com o Paraná, Pernambuco e Ceará.
A movimentação foi imposta pela justiça em meio ao processo de recuperação judicial da Oi, que começou em 2016. Além da venda de seus ativos de telefonia móvel, a tele também teve se desfazer de negócio de torres de telefonia.
Fonte: Infomoney