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Spirit pode ir à falência após bloqueio de fusão com JetBlue, alerta analista

A companhia aérea de ultrabaixo-custo americana Spirit Airlines pode estar com poucas opções após ter sua fusão com a JetBlue negada pela justiça.

 decisão de um juiz federal impôs o fim do processo de compra da empresa Spirit, a maior companhia aérea de ultra-baixo-custo dos EUA, pela Jetblue.

Usando de uma lei anti-truste de 1914, o juiz afirmou que a JetBlue pretendia impôr seu modelo nas rotas e aeronaves da Spirit, logo diminuindo a oferta de assentos de ultra-baixo-custo, que permitem muitas famíliares americanas, principalmente as mais pobres, a viajar pelo país pagando menos, além do que a fusão por si só causaria uma concorrência menor e logo aumentaria o preço médio da passagem aérea nos EUA.

A JetBlue, por sua vez, argumentava que a tomada da Spirit fortaleceria o combate ao oligopólio das quatro gigantes: American, Delta, United e Southwest. Por fim venceu o pedido do Departamento de Transportes, que pediu a impugnação da fusão.

Agora restam poucas opções para a Spirit, que antes quase foi comprada pela concorrente de ultra-baixo-custo Frontier, até a JetBlue chegar e fazer uma oferta melhor. Segundo o jornalista Chris Isidore da CNN, que acompanhou de perto a falência de todas as empresas automobilísticas dos EUA na crise de 2008 e as mais recentes entradas em Recuperação Judicial do setor aéreo, as opções são escassas e alarmantes.

“Nós acreditamos que a primeira opção da Spirit é procurar um outro comprador, mas uma companhia aérea pode ter o mesmo revés na justiça”, afirmou Helane Becker da firma TD Cown de análise de mercado.

Becker e Isidore apontam que o cenário para a Spirit piora quando se olha para os lessores, que são os donos das aeronaves, que as alugam para as companhias aéreas. Com a demanda ainda em alta e aviões com constantes atrasos de entrega, acaba sendo mais atrativo retomar os jatos Airbus da Spirit e repassar para outro cliente do que se envolver numa negociação que resultará num pagamento mais alongado e em montante menor.

A Spirit já estava dispensando pessoal no mês passado após a demora na decisão da justiça e a não melhora da sua situação financeira. Agora circulam rumores que caso a empresa não consiga um novo comprador, preferencialmente uma empresa não-áerea, ela pode pedir falência.

Neste caso seria através do Chapter 7 e não do conhecido Chapter 11, utilizado bastante por aéreas americanas e hoje considerado pela GOL, que dá proteção judicial das dívidas existentes e permite dar um fôlego para a empresa.

Porém, com uma situação mais delicada e sem ter muito onde cortar para uma reestruturação, a Spirit tem poucas chances de ter o pedido de Recuperação Judicial aceito ou sair melhor do processo, por isso a insolvência direta que é o Chapter 7 é uma possibilidade real.

Profissionais do setor criticaram a decisão da justiça americana exatamente por este motivo: ao proibir a fusão com a JetBlue, o Departamento de Justiça pode ter colocado a Spirit para fora de jogo, causando um aumento mais imediato e maior das passagens aéreas com uma redução direta da concorrência.

Fonte: Aeroin

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