A operação da The Body Shop no Reino Unido entrou em recuperação judicial, colocando em risco mais de 2 mil empregos e 200 lojas, em um novo golpe para os centros comerciais britânicos.
A varejista, propriedade da firma de private equity Aurelius, nomeou administradores da consultoria FRP Advisory na terça-feira (13) e afirmou que o movimento seria a melhor forma de garantir o futuro da marca.
A Aurelius, que também é proprietária da rede de roupas esportivas Footasylum e da Lloyds Pharmacy, concordou em adquirir a The Body Shop do conglomerado brasileiro de cosméticos Natura & Co. no final do ano passado, em um acordo que avaliou a varejista em US$ 262 milhões (cerca de R$ 1,2 bilhões). A Natura foi dona da marca desde que comprou a L’Oreal em 2017.
A The Body Shop foi fundada em 1976 pela ativista dos direitos dos animais Anita Roddick, começando com uma pequena loja em Brighton, na costa sul da Inglaterra e tornou-se popular por vender cosméticos e produtos de higiene que não eram testados em animais.
Os centros comerciais, os parques comerciais e as principais ruas comerciais da Grã-Bretanha foram atingidos pelo declínio de várias grandes marcas. A varejista Wilko Ltd. entrou em recuperação judicial em agosto passado, colocando em risco 12.000 empregos, embora algumas filiais tenham sido posteriormente compradas por concorrentes. Paperchase, Cath Kidston e M&Co estavam entre outras marcas que entraram em recuperação judicial nos últimos 18 meses.
“Os cosméticos cruelty-free não são o nicho que um dia já foram”, disse Matthew Padian, sócio especializado em reestruturação e insolvência do escritório de advocacia Stevens & Bolton. “Parece possível que a The Body Shop seja apenas mais uma Wilko, ou seja, uma empresa com uma história forte, que não conseguiu acompanhar as exigências do consumidor moderno e indiscutivelmente inconstante.”
A The Body Shop tem enfrentado uma concorrência crescente de rivais mais capazes de atingir os consumidores online mais jovens. O comércio eletrônico de beleza quase quadruplicou entre 2015 e 2022, ultrapassando 20% das vendas, segundo a McKinsey & Co.
Fonte: InfoMoney